sexta-feira, 22 de março de 2013

Tal & Qual #1

«Claro que herdei alguma coisa dele: a solidão feroz, a capacidade de ser horrivelmente desagradável para os outros, os caprichos não tão incompreensíveis quanto isso, apenas defensivos, a agressividade injusta, o receio que me toquem demasiado fundo e fique tão sem pele, tão vulnerável, tão à mercê dos outros. Salvei-me através da escrita, matéria para a qual o Janjão, com grande dor sua, não tinha o menor talento
 
A.L.A. in "Visão"

    quinta-feira, 21 de março de 2013

    E pensar que a minha vida já foi isto...

    Poderia melhorar? Poderia! Mas duvido que aconteça!*

    Já te contei aquela das duas amigas que vão sozinhas ao cinema e acabam a ver um filme mesmo sozinhas?
    E aquela da gaja boa que vai fazer exames ao sangue e que se sente mal, transpira, quase desfalece e quem lhe vale é uma arqui-inimiga?
    E aquela da miúda gira que vai ao banco, mas como faltou a luz está tudo bloqueado e leva com uma seca?
    Ou aquela da rapariga querida que é cravada logo pela manhã para pagar a TMN da tia, dos primos, do cão e do papagaio?
    Também há aquela da moça que tem de levar com a prima em fanicos porque deixou passar o prazo da candidatura ao Mestrado e tem de ser ela a dar um jeitinho na coisa?
    Ou - e esta adoro - aquela outra papalva que recebe uma chamada de um número estranho, a pagar ao destinatário, aceita e sai de lá uma voz com sotaque de gueto a perguntar quem fala?
    O que têm em comum estas anedotas do quotidiano? A protagonista! E o facto de em menos de 24 horas a vida da mesma se ter tornado um circo ambulante (ambulante quando se mexe, porque em não se mexendo vêm as peripécias ter com ela).

    Era só isto! Podes voltar para a cozinha a pilar tomates.
     
    * Texto original enviado à amiga R. em Setembro de 2010.

    quarta-feira, 20 de março de 2013

    Longe vão os tempos da quarta classe bem feita!

    Não chegava dizer arreceber, dar graças a Deus por ter um emprego e estar afectiva, ainda tinha de rematar com a história a senhora que fazia quimicoterapia? Uma pessoa não é de ferro! Sabe Deus como me contive! 

    terça-feira, 19 de março de 2013

    O Eça, sempre ele, nestas horas sombrias!

    Hoje foi dia de ir ao charco. E, como sempre, inevitavelmente, nas horas más e nas de alegria, são as tuas palavras que sempre me ocorrem e que cito de cor, Mestre. "Caiu-me a alma a uma latrina. Estou precisada de um banho por dentro." 

    domingo, 17 de março de 2013

    Amanhã posso até acordar morta, calha bem!

    A sério que ajuda perguntarmo-nos a nós mesmos onde vamos estar daqui por dez anos? De verdade alguém se imagina com casa, cão e periquito? Serei a única alma perdida, a vaguear no limbo, que acha que o que nos vai saíndo ao caminho tem muito mais piada? Quem procura fá-lo por convicção ou por medo? Como disse alguém: só morre com uma bala no coração quem abre o peito às ditas balas! 

    sábado, 16 de março de 2013

    Direita ou esquerda?

    Dava tudo para entender o desarranjo cósmico que faz com que se me atravessem constantemente no caminho opções que aos olhos dos outros podem até ser tábuas de salvação mas que a mim me soam a uma grande indecisão e dor de cabeça. A não ser que esteja a passear a pé ou de bike detesto encruzilhadas e a minha fada madrinha já devia saber disso! 

    sexta-feira, 1 de março de 2013

    Era eu a única que não sabia o final do dito...?

    Eis-me chegada àquela bonita idade em que finalmente aprendi o adágio por completo: "Se dormes na forma rápido passas a ser bolo. O truque é conseguir ser o padeiro!"