sexta-feira, 31 de maio de 2013

O Daniel gostava da Iara, que gostava da Cíntia.

Oh pah, chamai-me arcaíca e tacanha e retrógrada, mas serei a única a achar que há algo de errado em um miúdo de 15 anos se dirigir a outra miúda da mesma idade, nestes termos: «Mas oh Iara, tu já não gostas de mim porque agora estás com a Cíntia.»? A ver se nos entendemos: por mim cada um faz o que quer da sua vidinha contanto que andemos todos felizes. Mas confesso que fiquei um nadinha chocada. E a pensar que se calhar é bom liberalizarmos e defendermos o direito de escolha, mas isso implica também a responsabilidade de formar cada vez melhor as pessoas, sob pena de termos o circo armado e todos parecermos velhos do restelo à beira destes imberbes dados a experimentações. Digo eu, vá, que ao pé deles devo ser uma carunchosa.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Às vezes, por puro masoquismo, submeto-me a estas coisas. Dores dilacerantes!

Eis chegado o dia fatídico em que até eu sucumbi à tentação e parei cinco minutos para ver o Toddlers & Tiaras. Para que vejais a que ponto chega a vã existência de uma pessoa.
A apresentação deixava tudo dito. Pensava eu. Mas estava errada! Há muito mais naqueles episódios do que vocês imaginam, caros leitores! A tal ponto que dei por mim a tentar fotografar a TV com medo de mais tarde não encontrar na net as fotos do concurso para ilustrar devidamente o disparate.
Segue-se pois o resumo dos minutos de angústia que vivi.
 
 
Esta criatura, em quem os criadores do "Porquinho Babe" obviamente se inspiraram, convencida que é linda e que o mundo se rende a seus pés, bamboleia a sua piquena de 22 meses em tudo quanto é concurso. E como se ter uma mãe atolambada não fosse suficiente, descubro que é o pai da inocente criatura que lhe faz a manicure! O que vale é que não descuram a educação e a miúda tem, obviamente, maneiras! Uma lady!
 
 
 
 
 
 
 
Esta outra, toda ela um exemplo de elegância e bom gosto, é a progenitora da magnífica criatura que, irritada, proferiu estas palavras ternas e comovedoras: «Às vezes a minha mãe enerva-me e tenho de a mandar calar. E depois espanco-a com o mata moscas.» Normalíssimo! A primeira vez que sacudisse o pó aos meus pais com um mata-moscas deixavam-me as nalguinhas de tal maneira negras que era caso arrumado e nunca mais me cruzavam a ideia tais pensamentos de rebeldia.
 
 
 
 (E esta pose? Ainda me arranja ali uma distensão muscular ou o caraças! Depois não sabem onde fica África no mapa. Pudera: vêem tudo ao viés!)
 
 
Por seu turno, esta senhora que faz parte do júri saiu-se com este comentário: «Ah, eu acho que gostava de lhe ver o cabelo mais liso. Estava um pouco ondulado de mais.» Acho que é óbvia a aversão da senhora aos caracóis e às ondulações excessivas!
 
 
 
 
E podia ficar aqui até me doerem os dedos de tanto teclar, mas acho que pela amostra já deu para entender o que andais a perder. A única coisa que me causa espécie é: no meio de tanta liga protectora dos animais e afins, quem se dedica à defesa destas criancinhas sujeitas a tais barbáries? Ai, espera, quereis ver que é por gosto que aos 4 anos se submetem a práticas extremamente lúdicas como arrancar penugens com cera ou ser espremida enquanto a maquilham?
 
 
 
Se esta criança não é a viva imagem da felicidade então eu não percebo nada disto de se ser petiz, despreocupado e de bem com a vida!
 


Cinco minutos volvidos tinha a pulsação acelerada e os nervos em fanicos. Era açoitar os fedelhos sem dó nem piedade dada a insolência com que botavam faladura! Depois lá me acalmei e percebi que afinal de contas as criancinhas não têm culpa. Quando há pais que compram vestidos pavorosos, por 1200 doláres e ainda os acham baratos, para a filha se pavonear como uma pequena meretriz, besuntada até mais não, sou a favor de submeter estas pessoas a terapia intensa ou, em última análise (porque há casos sem solução), a uma lobotomia. Se bem que acho que é uma tarefa inglória tentar encontrar os cérebros para lhos retirarem.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

terça-feira, 28 de maio de 2013

Bipolaridades.

Eu não gosto de mar. Prefiro montanha. Eu não gosto de música. Prefiro silêncio. Eu não gosto de sol. Prefiro vento. Achava eu que não gostava. Porque agora não há nada que me deixe mais bem disposta do que o sol a reflectir na água, músicas tipicamente portuguesas e afadistadas enquanto espero que me passem chamadas, crianças a correr e a soltar guinchinhos de alegria, o cheiro a maresia e o tumulto da multidão. Dizem que mudamos de gosto (diz a minha mãe referindo-se a comida) de sete em sete anos. Eu acho que nos vamos adaptando, vamos reorientando a bússola à medida das circunstâncias. Não sei se não chegará o dia em que diga à boca cheia que para estar bem é na praia. E quê? Não sou pessoa de conviccções vincadas. Sou pessoa ávida de aprendizagem e de vivências, e acredito, sei aliás, que o que hoje é preto amanhã pode ser cinzento. Nem que seja por força do uso e do desgaste.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Estou para ver o que daqui vai sair, estou, estou!

O meu horóscopo anda há semanas a moer-me a moleirinha com a história de que vem aí um grande amor a caminho. Ora, atendendo a que não há o menor indício da chegada do mesmo - da existência sequer! - sou levada a concluir que: é russo (logo aqui ao lado, portantus), tem o mesmo sentido de orientação que eu, é coxo e vem a pé! Está demoradooo!

[Ainda há czares na Rússia? Não era, de todo, mal pensado...]

Tal & Qual #2

«As pessoas finas parece que têm um canário na bexiga, que agora, claro, não cantava, as fraldas, logo ali de sentinela, impediam-lhe a música. Ocasionalmente um ruído intestinal, porém as fezes não cantam, tocam trombone de varas e, depois de concertos mais demorados, dava um trabalhão limpar aqueles bemóis todos e colocar o creme a fim de impedir que a vocação artística assasse as nádegas.»

A.L.A. in "Visão"
 

Sem querer ser brejeira mas já o sendo (e muito!): este senhor até quando escreve sobre m&rd@ o faz de uma forma completamente original, porra!

domingo, 26 de maio de 2013

Não há nada mais bonito no mundo do que as palavras!

Não há nada que me acenda mais rapidamente um sorriso ou que me deixe mais bem disposta (e quando digo «nada» excluo talvez um ou outro deboche conjugal) do que palavras bonitas. Não sei explicar: adoro uma mensagem com uma frase quase arcaíca escrita por alguém da minha idade, um parágrafo do Eça ou do Lobo, um slogan publicitário simples mas ainda assim cheio de artimanhas... Como alguém disse: não subestimes o poder sedutor de um vocabulário apropriado. (A frase não há-de ser bem esta mas tenho mais que fazer do que andar à procura da citação exacta).

sábado, 25 de maio de 2013

Ao B., que parece ainda agora ter chegado e já está de partida.

Não és pessoa de sentimentalismos, de melancolias e de acalentar memórias. Processas os acontecimentos mecanicamente e avanças. Arrumas devidamente os assuntos e segues em frente, sem olhar para trás. Ainda assim, apesar de tudo isto ser a tua maneira de ser, creio que hoje é um dia diferente. Parece que ainda ontem vos conheci. Parece que foi ainda ontem... e hoje és tu que continuas a tua jornada. E sei que vais ser feliz. Que te vais realizar e ficar um passo mais próximo do que tens delineado para a tua vida, porque tu és dos que gostas de medir tudo a régua e esquadro e calcular mesmo o que não se prevê - o futuro - porque tens a convição de que o trilho dos teus passos és tu quem o escolhe.
És um presunçoso, mas tens razão: os teus colegas gostam de ti e vais fazer falta. Não falo só do aspecto profissional. Refiro-me às tuas picardias, ao teu humor refinado e à tua perspicácia. Até às tuas manias e cismas. À tua chico-espertice que diverte mais do que convence. Aos teus sorrisos fáceis quando as coisas fazem sentido em ti. Vais fazer falta.
Eu sei que a tua sorte és tu quem a vai fazendo, mas que as pessoas entrem na tua vida é obra do destino e portanto desejo-te que na tua vida se cruzem apenas (eu sei que isso é impossível...) pessoas que te mereçam e cuja convivência te enriqueça como pessoa - como tu fazes connosco.

Não és pessoa de sentimentalismos, de melancolias e de acalentar memórias. Mas se hoje te sentires nostálgico é bom sinal: afinal de contas até tu tens alguma coisa debaixo do esterno. És tu a sair de casa, a seguir com a tua vida e fá-lo na hora certa porque esse começava a ser cada vez menos o teu espaço, uma zona de conforto que te estava a amorfizar, numa família trabalhil que há muito deixara de ser funcional. Olha para ti cheio de planos novamente, a arquitectar coisas permanentemente, a magicar em mil e uma coisas! Por isso, apesar de hoje ser um dia de "Adeus" é também, da maneira como eu te sinto hoje, um dia de "Sê bem-vindo de volta!".
 
Os romanos diziam que "fortuna juvat audaces" - a sorte ajuda os audazes. Se assim for já tens tudo o que é preciso. ;-)

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Estivestes quase, mas "faltou-vos um Danoninho assim" para me convencerdes.

Olha, disseram no MasterChef que a batata tem mais vitamina C do que a laranja. Se não fosse uma calaceirona de primeira apanha já estaria a confirmar isso na net enciclopédia. Mas assim, como sou verrinosa, prefiro acreditar que, tal como a indústria do leite, a malta da fruta nos anda a endrominar com a cantilena dos benefícios. E nós caímos que nem uns patinhos, não é? Eu que o diga que fui tão enganadinha pelos meus pais com aquela historieta das cenouras fazerem os olhos bonitos e do leite nos fazer crescer. Nota-se!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Vi eu com estes dois olhinhos! #1

Não há dieta melhor do que contemplar, pela fresca, cenários idílicos destes... fico logo sem fome e ainda me dão gómitos!
 
 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Se dependesse de pessoas com o meu sentido de orientação o achamento do Brasil nem por acaso se tinha dado!

Que eu nasci com a bússola avariada já é sabido. Desde o dia em que o P. me mandou ir ter com ele ao Pinhão e eu o esperava no Pocinho, exactamente na direcção oposta ao combinado, não me restaram dúvidas de que o meu Norte anda desnorteadinho de todo. Mas chegar ao extremo de não conseguir dar com o caminho do trabalho porque entrei no autocarro errado - duas vezes! - já me começa a cheirar a dislexia... 

O Outro multiplicava os pães. Eu é mais a subtrair...

Eu sei que sou estou para a cozinha como o Jorge Jesus para o português vernáculo, mas daí a conseguir que as torradas mirrem é de mais, não é? Juro que as fatias de pão encolheram! Nada a ver com a evaporação da água. Encolheram para - atrevo-me a dizer - metade!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Deve ser uma síndrome

Há bocado estava ali à rasquinha com o raio das imagens, à volta com isto porque não sabia se era do formato, se era do tamanho... não conseguia carregar, dava erro permanentemente... Desvairada com os nervos lancei o alerta (a que ninguém teve a amabilidade de responder. Obrigadinha, sim?) para ver se alguém vinha em meu socorro. (Era o vinhas!) E então, do nada, dei com a solução. Não sei porquê mas acontece-me isto frequentemente. A E. que o diga: era com cada camada de nervos quando eu perguntava algo porque não me ocorria a resposta e mal formulava a pergunta aí estava ela a sair-me disparada pela boca fora. Parece que quando pergunto ou peço ajuda despoleto um sistema qualquer em mim que se recusa a deixar que alguém responda primeiro do que eu. Ora eu nem sequer me considero competitiva. Que não sou!
 

Ca nervos se me dão, senhores!

Tenho uma imagem para partilhar convosco que é qualquer coisinha... de uma beleza inqualificável. Lamentavelmente não sei como o fazer porque esta porcaria não aceita as fotos que tento carregar.

A crise chega a todos... sobretudo a moral!

Assim de repente quer-se-me parecer que as pessoas deram em achar que a maneira mais fácil de fazer dinheiro é dizer que dormiram com o Ronaldo ou que foram violadas pelo Michael Jackson. Sendo que no último caso a acusação é muito mais grave já que aparecerem a levantar suspeitas depois de ele ter morrido é assim, tipo, tão nojentinho como ele (a ser verdade) os ter de facto violado.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Quando o São Pedro não tem juízo o meu nariz é que paga!

Ou bem que se arrumam os casacos de vez ou bem que assumimos que Verão só em Agosto! Eu de manga curta e a rapariga que se sentou hoje ao meu lado no autocarro com um casacão de onde emanava um tal cheirinho a naftalina que quase tombei com uma overdose!

domingo, 19 de maio de 2013

O Pessoa 'tá nem aí para as pedras e os castelos!

Mas que raisdiabo se passa que todas as frases grandiloquentes que circulam nas redes sociais ou são atribuídas ao Pessoa ou ao Einstein. Quê? Se tiver sido eu ou tu, anonimamente, a proferi-las deixam de ter o mesmo sentido é? Irra, mania das modinhas!

sábado, 18 de maio de 2013

Maria Chervisqueira Vacondeus

A vantagem de se ser disparatada e impaciente quando os dotes culinários são exímios como os meus [não me ocorre um prato que tenha ficado menos que intragável] é que na primeira prova queima-se logo a língua que é um mimo. Ora, sem paladar (a língua quando escaldada tende a ser menos esquisita no que toca a sabores) qualquer vianda se assemelha a um autêntico pitéu! 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Sou uma flor delicada, não se nota logo?

Conhecendo-me tão bem como me conheço, de manhã o acto de vestir os collants transparantes (sim, collants, que as ligas são só para os fatos de domingo), foi acompanhado deste nobre pensamento premonitório: «É uma sorte se conseguires chegar ao trabalho sem se rasgarem». Aguentaram-se. Até à primeira ida ao wc de onde vim já sem eles.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

O meu nome do meio (é) era Servilismo.

E só me dei conta quando disse me voz alta o que tantas vezes tenho feito com atitudes: "O que posso fazer pelos outros?" Em vez de pensar: "O que posso fazer por mim?" Só por causa das coisas, para cortar o mal pela raiz, enquanto não encontro um meio-termo, passarei a assinar com Egoísmo. Rima e tudo com o antecedente mas é muito menos maçador e vai com certeza dar-me menos trabalho porque, como toda a gente sabe (e certamente ninguém ousa desementir-me!), sou uma miúda de gosto requintado mas de trato fácil.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Às vezes desistimos porque já demos tudo o que tínhamos para dar. E isso não faz de nós perdedores!

Eu já fiz uma maratona de bike. Na verdade era suposto ser uma meia-maratona, mas dada a distância percorrida em alguns eventos seria considerada uma inteira e não a meia. A bicicleta fora "roubada" ao primo (P., grande beijinho meu bem) e por isso era duas ou três vezes maior do que o tamanho adequado para mim. Treinos apenas um, de véspera, com o primo. Técnica zero. Um furo. Hidratação incorrecta. Acabei em fanicos, mas acabei. Se dissesse que não pensei em desistir estaria a mentir. A ideia de descer e pedir boleia à organização cruzou-me a mente quando, depois de percorrer a distância estipulada, me apercebi que ainda me faltavam mais uma dezena e uns poucos km, por lapso da organização. E só não o fiz porque acho que no fundo me diverti muito mais do que sofri. Apesar dos últimos km terem sido penosos, a mania de refilar contra tudo e todos que me é tão característica foi catártica e o tempo em que pedalei sozinha (S. eu sei que te abandonei - shame on me! - com uma corrente saltitona mas se tivesse parado não teria conseguido continuar) aproveitei-o para pensar. A verdade é que, contra as minhas próprias expectativas, acabei por cruzar a meta... ainda viva. Nesse dia senti a satisfação de ter chegado ao fim, de ter cumprido aquilo a que me propusera, de ter dado o meu melhor, por mais fraquinho que fosse.

Um dia, numa das minhas voltinhas solitárias dei de caras com um canídeo de dentuça aguçada. Ora, se há coisa que a mim me tira do sério é os donos da animalária saberem o que têm em casa e mesmo assim deixarem os cães à solta na rua. Aquele em concreto já tentara em outras ocasiões fazer o gosto ao dente nas minhas canelas. Prevenida, abrandei, desci e, quando vi ao longe o jipe de um amigo aproximar-se desisti de voltar para trás porque o poderia usar como escudo e passar a salvo da fera. Claro está que fui achincalhada até-mais-não por ter tido medo de um cão que não pesa mais de 5kg e mede meio palmo. A resposta óbvia que tive para os queridos amigos da piada fácil foi a única que continua a fazer sentido para mim: coragem não é só avançar destemidamente. Às vezes é preciso reconhecer quando tirar as tropas de campo e recuar estrategicamente para depois podermos prosseguir em combate. Coragem sem inteligência vale de pouco.

Não sou nada fundamentalista nisso de defender que "Desistir nunca!" e de ir ao limites das coisas. Para mim, tão ou mais importante do que o esforço e a tenacidade é o bom senso de saber quando já demos tudo de nós e reconhecer que atingimos os nossos limites. Quer seja numa maratona quer seja numa relação, de que importa chegar vivo ao fim se pelo caminho fomos perdendo o gosto por aquilo que estávamos a fazer e algumas partes de nós estão tão dormentes que mais parecem mortas? Persistir quando não nos restam forças nem motivação pode resultar em lesões sérias e toda a gente sabe que o coração é matéria frágil.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Sou um prodígio no que toca a "girlyzices".

Ainda bem que é Verão e o São Pedro finalmente reteve as águas, porque tenho estado a usar uma base de tão superior qualidade que temo que em chovendo haja quem cuide que sou feita de estuque e estou a derreter. 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Sugestões?

Tenho lido. Menos que do que deveria. Coisas bem escritas. Muito bem escritas. Mas poucas histórias boas. Estou precisada de um livro com uma narrativa digna desse nome e com uma história que me faça querer correr para casa ou resistir a apagar luz mesmo quando as horas já vão longas.

domingo, 12 de maio de 2013

Quando os clichés é que têm razão.

Quando estamos lixados com a vida a última coisa que queremos que nos digam é que tenhamos calma. Quando estamos perdidos e sem rumo a última coisa que queremos que nos digam é que melhores dias virão. Porque quando estamos na m&rd@ o mundo é a preto e branco e não é fácil acreditar que o voltaremos a ver a cores. Porque quando estamos a chapinhar no fundo do charco, envoltos em lama, não achamos possível voltar a sorrir. Aliás, as lágrimas são a única coisa redentora. Mas há um dia - há sempre um dia - em que damos por nós a rir, a respirar fundo, a descontrair como se o peso do mundo já não fosse inteiramente suportado pelos nossos ombros; há um dia em que assumimos a felicidade sem medo, em que nos achamos uma "million dollar baby", em que temos a certeza que ao virar da página há um mundo novo por descobrir. É então que nos vemos com toda a clareza, que vemos os outros com toda a clareza. Respiramos fundo, fechamos os olhos e saltamos para o vazio. Amanhã é um dia novo e ao meu lado só caminharão os que se ajoelharam comigo quando caí. 

sábado, 11 de maio de 2013

Subtilezas destas são coisa para me animar a alma.

E para me deixar bem dispostinha. Nem que seja por momentos. Ficais a saber que em a gente ligando para departamentos governamentais de nuestros hermanos até dá gosto ficar à espera, tal é a quólidade da musiqueta com que nos entretêm, tudo modernaço e tal e coisa. Nada a ver com a "música de elevador" - e eu até gosto de umas pianadas - com que me massacram ozóvidos em terras lusas.

Já vos disse hoje que estou apaixonada pela Pink? É um caso de amor seriíssimo!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Anonimo-me ou não?

Estou aqui numa consumição atroz. Por um lado, esta espelunca serve-me para que as pessoas que têm a delicadeza de se preocupar comigo e de querer saber o que vou fazendo ou desfazendo (sou tipo o Midas mas em mau, não vos esqueçais) se manterem minimamente informadas. Por outro, eu gosto mesmo é de falar mal e de achincalhar. Não vos iludais: eu falo mal de toda a gente, mesmo das pessoas de quem gosto; o que muda é a intensidade e a intenção com que o faço, claro. Ora, pensando aqui com os meus botõezitos cheguei à conclusão que, sabendo vós o caminho para este antro da perdição, a coisa deixa de ter piada. Já vejo o F., sarcasmo em forma de gente, a pronunciar-se sobre a minha soberba e, obviamente, a ter de engolir a constatação quando comprova a cada frase que a coisa não é para quem quer, é para quem pode. A J., todas as manhãs, com pontualidade e rigor, a verificar se já me desabou um piano na mona. A D., verrinosa, a agoirar-me porque "dá Deus nozes a quem não tem dentes" e devia levar as letras mais a sério. A B., ponderada e acutilante, a pensar no melhor comment e no mais assertivo. A V. a rir-se a bandeiras despregadas porque sempre gostou de uma boa patetice, mesmo sem piada, como as minhas. A S., pink toda ela, a achar que volta e meia acerto uma e que nem se lhe dava de me ter mais perto mais vezes. A S., atarefada entre casa, trabalho, aulas, bikes e arrozais, a cherviscar quando se lembra que existo ou fico mais dias sem a encontrar no chat. A F. a descobrir outro lado de mim, que eu não sou só lamúrias e seriedade. O S., em quem descobri um humor do mais refinado, a deitar o olho quando a pesquisa e a vida laboratorial lho permitem. A R., quando tem tempo e se alembra, a dar cá uma saltada, enfastiada, que ela não é nada de mensagens e gosta mesmo é de ligar. A CM., essa flor delicada, a pensar «ai filha, para o que te havia de dar. Estavas bem era a plantar morangos para fazermos uma tarte.» O LV do meu coração a querer matar saudades de casa pelos meus olhos, logo agora que também eu sou uma exilada. A P., mas não tenho a certeza que se confirme a suspeita (sim, F. se é suspeita não posso ter a certeza confirmada, claro), a lavar as vistas, entre uma dobradela e outra.
Posto isto, concluo que: ando iludida porque de certezinha que nem metade dos acima citados por aqui passam. Segundo, tem um piadão saber quem está do outro lado, mas também tem graça escrever só porque sim. Portanto, fazendo favor, fingide-vos de anónimos ou começo a ficar tímida e vou para outras bandas ver se a praia por lá é boa.

Eu, tal como o plantel do Glorioso, não estou «cansada». Estou «fatigada».

Digamos que encontrei passas - DETESTO! - nos cereais e preferi comê-las a ter de me arrastar levantar até à cozinha para as deitar fora. Obviamente não é de preguiça que se trata.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sim, sim. Os funcionários públicos são uma cambada que não faz nenhum.

Sobre a minha hora de almoço só tenho a declarar que em calhando passo a trazer a garrafinha do soro que assim ao menos posso alimentar-me em qualquer parte e a qualquer hora, já que não me lembro da última vez que comi sentada e sogadita, e a horas que não coincidam com as do lanche!

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Ser gaja é ser-se inimputável (em alguns dias, vá).

É favor porem as gânfias (vulgo dedainas) no ar as que, como eu, em certos dias parece que estão grávidas de sete meses (V. tu não contas porque estás embuchada de verdade) de tão inchadas. Dasss... que karma ser-se gaija!

terça-feira, 7 de maio de 2013

Funcionário público sofre... mas o público sofre muito mais!

Não tenho pachorra para pessoas mal educadas. Eu sou o cúmulo do mau humor, que sou. Às vezes sabe Deus como eu mesma me suporto. Segundo a amiga D. estou muitas vezes no limiar da insolência em relação aos que me são mais próximos. Mas má educação é coisa que não me assiste. Não se trata de presunção, é um facto. Aliás, sou das que tem voz de telefonista quando se trata de atender pessoas. Não há nada que justifique uma falta de educação. Mesmo quando o são para comigo, evito sê-lo para com os outros. Ora, se há coisa que detesto, dizia, são pessoas mal educadas. Mas se há coisa que detesto ainda mais são pessoas mal educadas a desempenharem funções que implicam atendimento ao público e afins. Acho o fim da picada. O cúmulo. Gente, vós sois pagos para ter de lidar com pessoas. Sim, há gente pouco cortês que se vos dirige; sim, tendes de ouvir de tudo um pouco; sim, não há paciência para o mau humor alheio. Mas sois pagos para isso, para apresentar respostas, ajudar, atender pessoas. Esta história é tão batida, rebatida, esbatida que já cheira mal, mas quando chega a nossa vez de ficar 18 minutos e 8 segundos em espera para depois nos dizerem que passaram a chamada 2937592765 vezes para 46528658 departamentos diferentes e que afinal nenhum nos pode ajudar e «olhe, mande mazé um email», a piurça que há em mim salienta-se! Eu tenho de lidar com pessoas de todas as condições sociais, cores, tamanhos e feitios diariamente. Muitos deles faltam-me ao respeito até. Mas asseguro-vos que nunca deixei de tentar ajudar e procurar soluções para aqueles que me merecem essa atenção, desde que esteja ao meu alcance. A atitude dos funcionários da maioria das secretarias, serviços centrais e ademais botequins revela o que o país tem de melhor (not!): o braço cruzado, o laissez-faire laissez-passer, a atitude do deixa andar, da resignação. Não suporto esta desistência, o não querer saber porque dá trabalho! Chiça penico! Um só não fará a diferença, mas se vários uns tentarem... a bem da saúde mental de um forma geral, gente!
 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

As pessoas arruinam-me as hipóteses de ir para o Céu!

Segundo uma sondagem altamente credível, realizada por moi-même, sou levada a concluir que as pessoas gostam de viver no limite e saborear o risco. Se não vejamos: o que esperam que suceda se me põem a trabalhar com um grupo de cem pessoas, oriundas de todo o mundo? Eu diria, conhecendo-me minimamente, que é dar-me - de bandeja - uma centena de motivos para a chacota.

O primeiro prenúncio do desastre não tardou em se dar. Estava eu, posta em sossego, a escrevinhar, quando uma vozinha sumida me pergunta algo. Levanto o olhar e quase se me dá uma coisinha má. Um nariz, uma verruga na ponta. Foi só o que vi. Um dia não recuarei com pavor e cara de susto, mas hoje ainda não foi esse dia.

Acto continuo bato estes olhinhos lindos-que-que-só-eles num segurança que era um autêntico armário de 2 metros de altura por 1,5 de largura. Todo ele um exemplo de bom gosto: fato cinzento, gravata amarela, sapatos castanhos. Wowww! Calha que o dito cujo tinha as unhas mais arranjadas do que eu. E não contente, usava verniz! Foi ver-me a rir desalmadamente da figureta!

Tento concentrar-me e parecer uma pessoa normal. Meto conversa com o responsável pela função de cicerone. O desgraçado dizia "pugrama" frase sim, frase sim. Não me deu sequer hipóteses!

Melhor mesmo só o meu colega de tarefas. O pobre diabo limitava-se a grunhir "essa é que é essa" e "ora aí está". Um autêntico Steinbroken, que com estas máximas de alto gabarito evitava comprometer-se. Consegui, com esforço, ignorar os óculos tão graduados que parecia que tinha umas cortinas em vez de lentes. Mas há limites para a minha capacidade de abstração. O auge deu-se quando me apresentou esta conversa, vinda do nada, profunda e de sentido indecifrável para uma comum mortal como eu: "Lá em casa quem conduz é só a minha mulher. O meu filho é mestrando e bolseiro. Isto não está fácil para os jovens. Maneiras que num dia de manhã começo a sangrar de uma perna, aquilo não parava. E chovia. A vizinha do lado, enfermeira habituada a estas coisas, nunca vira tal acontecer. Quase me esvaio em sangue. Veio a ambulância. Eram varizes! Varizes, veja bem!" Não, não faltam aqui frases. A sequência (i)lógica foi exactamente esta.

Quando penso que já não tenho mais por onde pegar (salvo seja), há uma bimba que, temerária, se me atravessa à frente. Não é bem "atravessa". É mais "esfrega". Pois vos digo: compradas foram de certeza, mas que par de mamas, senhores! Material topo de gama!
 
A coisa não ficava completa sem uma das oradoras se ter fanicado e de eu não ter conseguido reagir porque só me ria. Eu nem sou assim, não sou má pessoa; é dos nervos, só pode...

domingo, 5 de maio de 2013

Saga de uma vida doméstica muito pouco domesticada. #4

Ferro de engomar xpto (o tal da promoção) pronto a estrear. Água destilada devidamente inserida no receptáculo. Fui à sala dois segundos, quando voltei juro que quase ouvi uma rã a coaxar no lago em que se transformou o chão. P#t@ de praga me deve ter rogado a ressabiada da Worten!

sábado, 4 de maio de 2013

Maria Tutankamon

Logo agora que a pele da mão esquerda começava a cicatrizar, zumba, escalpei a direita que foi um mimo. Mas, como diz o JJ, não queimemos "etapes"! Comecemos o relato da saga pelo princípio.
Por motivos a que sou alheia - como ser destrambelhada, por exemplo - um belo dia puxo a persiana toda para cima (não me lembrando que a dita cuja encrava). Ainda tentei fazer-me de indiferente e dormir assim mesmo, sem dar muita confiança à estúpida da persiana. Às cinco da manhã estava mais desperta do que se estivesse numa incubadora para galinhas, com tamanha claridade a dar-me no focinho beijar-me este rosto celestial. Eu já sou bem humorada como o catano, imagine-se com sono... Credo! De maneiras que tentei compô-la logo, mas tamanha ousadia valeu-me apenas umas cicatrizes nos dedinhos da mão esquerda. Teimosa que nem uma mula (e pobre de mais para chamar um técnico), na manhã seguinte pus mãos à obra, literalmente. Não fosse um burro qualquer ter colado a caixa da persiana e da sanefa e eram favas contadas. Assim, sem ferramentas adequadas, munida de uma faca e de duas mãos talentosas que só elas, lá me pus a endireitar as calhas uma a uma, até a porra da persiana correr. Sim, espertinhos, ainda pus umas luvas, mas experimentai roçar os dedos numa parede rebocada (tenho de vos ensinar tudo? Rebocada é quando o cimento fica com rugosidades) e depois contai-me como correu. Não tenho pele em dois dedos e mal sinto o braço direito com a força que tive de fazer. Para não dizer que tenho as perninhas a tremer do medo de estar com metade do corpo fora de uma janela com a altura de uns seis andares. Mas saStisfeitinha! Hoje dormirei às escurinhas como manda a lei... E a parecer uma miúma empanastrada!
Agora que já fiz o curativo vou só ali pedir às meninas do Dia que me expliquem - sem se rirem das minhas mãozinhas com ligaduras - como é que o pão de forma que comprei há dois dias e tem data de validade de mais uma semana e picos se me apresentou esta manhã ao pequeno-almoço com marcas de bolor.
A minha vida é ou não é uma diversão pegada? 

Saga de uma vida doméstica muito pouco domesticada. #3

Tenho chá. Tenho água. Tenho um bule carrérrimo (arre roubalheira!). Não tenho uma porra de uma cafeteira, chaleira, tacho ou panela onde ferver a água.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Saga de uma vida doméstica muito pouco domesticada. #2

Senhora da Casa Home: se eu compro 743689 chávenas, se pago tudinho, se carrego os sacos sozinha (morconas!!), tudo o que não quero é chegar ao remanso do meu lar e dar-me conta ao desempacotar que faltam 867 pires e 356 chávenas! Diz que estava distraída a menina da caixa!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Saga de uma vida doméstica muito pouco domesticada. #1

Senhora da Worten: se eu encontro no vosso site um ferro de engomar abrangido por uma promoção escusa de me apontar o dedinho com essa unhaca pintada de rosa choque enquanto me tenta convencer com voz esganiçada que não tenho razão. Se não diz em lado nenhum do site que a promoção se restringe à versão online da loja, vai ter de me fazer desconto e mai'nada! Abençoado livro de reclamação: invocar o teu nome nunca é em vão!