«Olhe menina, a mim o que me apetece é entrar por um desses estabelecimentos [da Função Pública] adentro, com uma metralhadora. Não quero matar inocentes - Deus me livre! - mas apetece-me dar cabo do coiro a esses bandidos que nos governam. Que eu cá sou perito em explosivos e como já estou com 84 anos pensei: Não vou agora acabar os meus dias num asilo onde só há mortos vivos. Não, senhor! Como sou perito em explosivos - já lhe tinha dito isso, não já? - faço um daqueles coletes como os daqueles moços que se mandam pelos ares lá para aqueles países. Mas eu sou mais esperto que eles! Não rebento comigo, era o que mais faltava, que eu não sou tolo. À uma sou descendente de um conde, à outra eu sei dar ao gatilho e fujo. Estoiro só com o colete, 'tá-me a compreender? E depois vou preso. A Carregueira é melhor que um asilo. Bem sei que está cheia de pIdófilos, mas olhe, eu também posso ser pIdófilo... mas é de meninos com mais de trinta anos. Como desses polícias que para aí andam feitos patetas. Era pregar com eles todos na lavoura que aquilo é uma corja que veio da província, gente que só comia batatas com azeite ao almoço e ao jantar, e que agora tem a mania que podem. Ah, já agora menina, cuidado com as barrinhas oblíquas que usam aí nos textos e assim. Sabe que aquilo para mim é um número. Sabia lá eu que era uma barrinha? Ora, quando era moço, estava um dia no Paiol - que eu era da Artilharia e dos Explosivos - vem uma ordem do comando, eu pensei que a barrinha era um número, armou-se uma confusão porque desatámos a disparar e quando demos por ela já estávamos a bombardear Setúbal. Imagine a barafunda!»
Nota 1: Com 84 anos acha que é o Usain Bolt: foge assim que dá ao gatilho! Ah Rambo!
Nota 2: Está visto que sou uma campónia de primeira! Eu cá adoro batatas torradinhas na brasa, regadas com azeite e com umas azeitoninhas a acompanhar.
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