segunda-feira, 2 de junho de 2014

Igualdade de género o camandro! Formação e ética, isso sim!

Não sei se sabeis mas a blogsfera de repente tornou-se num campo de batalha como não há memória. A propósito do caso da Carolina (dado a conhecer numa reportagem do Jornal i), os blogueiros e as blogueiras desta vida armaram-se de varapaus e toca de arremeçarem paralelos aos sobrolhos uns dos outros, em episódios de onde nem sempre saem bem vistos dados os fundamentalismos e os radicalismos em que normalmente incorremos quando abordamos assuntos sensíveis como o seja a violência doméstica, por exemplo.
Poupo-vos à minha opinião sobre piropos, homens que matam mulheres e são aplaudidos à porta do Tribunal (pasme-se!) por mulheres, mulheres que maltratam psicologicamente maridos, crianças que são vítimas de negligência parental e outras desgraças semelhantes (isso fica para outro dia). Sobre isso já muito se falou e muito pouco continua a ser feito. E sem ter nada a ver, mas tendo tudo a ver, porque para mim se trata em todos os casos de uma questão de educação e de princípios (ou de falta deles), posso relatar um episódio sui generis, que se resume num par de frases. Homem-estátua actua na rua. Um senhor segue à minha frente com os dois filhos e a esposa. Ao passar pelo artista senhor tropeça na latinha das moedas fazendo-a cair, espalhando o dinheiro. Senhor abranda, impávido e sereno, dirige-se ao Homem-estátua e diz-lhe: Olhe, já estava assim! Toda a gente viu que foi ele que lhe deu um chuto. Inadvertidamente, mas foi. O normal seria baixar-se, apanhar as moedas, pedir desculpas. Em vez disso mentiu chamando ainda mais a atenção para a sua culpabilidade e limitou-se a seguir como se não fosse nada com ele. O filho, parado a assistir àquele disparate, hesitante, baixou-se, apanhou as moedas, colocou a latinha novamente no sítio, com o pai sempre a resmungar. Posto isto: no meu entendimento o respeito pelo próximo começa nas pequenas coisas, no básico. O que é que uma coisa tem a ver com a outra? Não precisamos de pegar em exemplos em que se chegou a extremos (em que houve mortes, violações, maus tratos) para ver que a raiz do problema é a questão da formação. O respeito ensina-se e aprende-se. Ponto.
 
Às vezes, em determinadas situações e contextos, tenho medo como mulher, mas a maioria das vezes tenho vergonha como pessoa!
 

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