Certamente haverá quem ache estranho pôr-me para aqui a botar faladura sobre mestrados de pessoas que de mestres têm pouco quando euzinha já vendi a alma ao diabo e, a troco de uns cobres, andei a meter o bedelho em mestrados alheios. Eu, pecadora e culpada, me confesso. Nada arrependida, devo dizer! Apesar de ter havido quem me apelidasse - carinhosamente, claro está - de prostituta intelectual não me revejo em nenhuma acusão ou dedo apontado. Para mim tratou-se de uma troca de serviços. Se há uma área em que me sinto à vontade e se há alguém disposto a pagar para eu trabalhar, porque não fazê-lo? Mas é que nem sequer pus alguma vez em causa a legitimidade de tais actos! Em primeiro lugar (primeiro e último!), porque as pessoas em causa trabalharam comigo, preparei-as relativamente às temáticas quando assim teve de ser e, embora tenha havido casos em que comecei e acabei um trabalho, de raiz, a verdade é que era mais um trabalho a duas mãos do que propriamente uma venda ou como lhe queiramos chamar. A questão fundamental para mim, quando vejo o caso do Relvas e agora deste espertalhaço é: se pessoas comuns, nem sempre com grandes recursos económicos têm a decência de reconhecer as suas limitações (nem sempre cognitivas, antes de disponibilidade) e pagam - sim, esquartejem-me: pagam!! - para alguém formatar, analisar, pesquisar, rever, editar, whatever, a sua tese, porque é que estes garanhões que têm recursos a dar com um pau não dão algum a ganhar a quem sabe mais do que eles? Ao menos ficavam com uma tese verdadeira, sendo que o autor não têm de ser necessariamente eles. Tenho para mim que trafulhice por trafulhice sempre faziam melhor figura do que andar a inventar títulos académicos. Não é por não ter um mestrado, doutoramento ou licenciatura que os citados são desprovidos de competências. Mas uma pessoa que considera que basta um CV para abrir portas e que depois não consegue ocultar uma fragilidade destas tem notoriamente falta de inteligência e, como tal, de capacidade para dirigir seja o que for.
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