sábado, 13 de abril de 2013

Manual de utilização das escadas rolantes.*

Pessoas do meu país,

 Perdoai-me a impertinência de, nos dias que correm, em que a época do Benfica se assemelha difícil, em que a Troika já nos exige tanto sacrifício e a maçada das aulas está para recomeçar, vos vir importunar com mais um pedido... Uma frioleirazita sem jeito algum. Passa-se o seguinte: tenho para mim - vá-se lá saber porquê - que quando Deus Nosso Senhor inventou as escadas rolantes tinha em mente a comodidade das pessoinhas, para que subissem nas ditas cujas e fossem levadas para o andar de cima ou o de baixo, consoante a conveniência de cada um. De acordo. Esqueceu-se foi de um pormenor que faz toda a diferença: Portugal, para o bem e para o mal, não é uma Londres nem coisa que se pareça. Aqui as escadas rolantes precisariam de ter plaquinhas a solicitar às pessoas que "pasmem" do lado direito das mesmas para que as pessoas que querem circular o façam pela esquerda. Bem sei: a ideia das escadas rolantes é não mexer a bunda mas, oh gente da minha terra!, qual é a piada de ficar embasbacado a olhar para o "sete estrelo" (como diz mamãe) num centro comercial a entupir o andamento alheio? Há quem leve pressa! E ainda se chocam quando peço «com licença». Ou é por dizer «obrigada»? Pois, compreendo. É vocabulário estranho, que caiu em desuso, bem sei. Mas pronto, fazei lá esse esforcinho e encostai-vos à direita para deixardes passar quem tem mais que fazer do que "contemplar as vistas". Para isso temos jardins e espaços públicos (ainda) floridos e arejados!


 Grata pela atenção!


 
* Texto original escrito em Agosto de 2012.

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