quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Dicionarizar #4

 
 
E o senhor se tivesse tanta habilidade para fazer dinheiro como tem para assassinar a língua portuguesa já era um Bill Gates há muito!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Esperto foi o Tordo que se pôs a andar daqui para fora!

Sobre a questão do Tordo ter emigrado, do Passos aconselhar os jovens (e os menos jovens) a saírem do país para procurar oportunidades e outras quezílias que tais apetece-me dizer N coisas. Mas para já para já a única coisa que me faz sentido é: a falta de oportunidades cria problemas económicos e financeiros às famílias, é verdade. Mas cria também um problema que levaremos muito tempo a ultrapassar: o desânimo generalizado e a falta de esperança. O desespero! Que se entranha, que amesquinha e que apequena. Para além disso apetece-me ainda relembrar que, independentemente do meu respeito e apreço pelas artes e pelos artistas, há dias em que tenho a perfeita noção de que um país como o nosso, onde a cultura é (des)tratada como sabemos, são pessoas como os meus pais quem de facto produz alguma coisa. Pessoas que trabalharam toda a vida, desde crianças, que madrugam, que só há pouco tempo começaram a fazer férias, que põem efectivamente comida na mesa com o suor do seu esforço. E pessoas assim, que lutaram para que pessoas como eu pudessem ter outras oportunidades, merecem um tratamento melhor do que aquele que os espera. Do que aquele que já começam a ter. E pronto, por agora era só isto.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Eu sou o género de pessoa que... #1

A menina passa frente à montra e vê uma sapateca linda. A menina experimenta e repara que até fica bem jeitosa. Compra-a. Lembra-se entretanto que é hora de almoço e é uma maçada carregar sacos e saquinhos... Pede, cordialmente, à senhora da loja que fique com o saco com os sapatos e na volta do almoço já os leva. Ora, acontece que eu sou o género de pessoa que nunca mais se lembrou dos sapatos. Não contente com este disparate, semanas volvidas passo na mesma rua e reparo que a loja encerrou. Aproximo-me, leio o seguinte aviso: "Senhora que deixou os sapatos na loja queira contactar pelo telemóvel número 912345678" e tenho esta brilhante saída: "Quem é a mentecapta que compra uns sapatos e os deixa na loja?"... ainda andei uns metros antes de perceber que o aviso me era destinado. Maria, a espalhar o ridículo desde 1900 e troca o passo!

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

De sábio e de louco todos temos um pouco. #2

- A minha prima não o deixa ir apanhar a vacina. Ele quando é medicado coiso... afrouxa, prontos, 'tás a entender? E ela para ter um homem por inteiro sujeita-se a ter o marido doidinho. Porque ele se apanha a vacina não nada.. coiso... prontos!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

É uma esquadra portuguesa, com certeza!

Onde íamos? Ah, recapitulo para vos contextualizar: estou à entrada de uma rotunda, vem uma senhora, perdão, uma troglodita, manda-me um encosto ao de leve, põe-se a milhas, fico eu a esbracejar feita palerma no meio da rua.
 
Tão cedo recupero do baque de acabar de ter passado por parva, avaliados os estragos, considerando que não era caso para estar a armar arruaceirices mandando vir a Polícia, meto-me no carro e mando-me às bombas de gasolina. Nestas coisas temos de ser práticos e eu estava quase a ficar a pé. Ódiante. Decido então, com mais calma, dirigir-me a uma esquadra que conheço ali para aquelas bandas. Amando-me lá e - em boa hora Deus Nosso Senhor me encaminhou para aquele local - sou atendida por um rapazinho que, meninas!, era um autêntico Adónis! Claro que eu, que não faço a coisa por menos, estava toda esguedelhada, deserta por chegar a casa e enfiar o pantufo, curar a gripe demoníaca que me trazia prostradinha havia dias, apresentando-me pois, na ocasião, fanhosa e roufenha. Toda eu era uma miragem! Uma estampa! NOT!
Começa então a minha desditosa saga: o tal do miúdo bem apessoado lança de lá a bujarda que esse tipo de atendimento é feito numa outra esquadra porque tudo está dividido por sectores e mimimi... Coisa para me fazer mudar logo de cor: então uma pessoa é praticamente atacada e não pode apresentar queixa? A praguejar, lá me dirigi à tal da esquadra específica para reclamações e queixas de acidentes. Cúmulo: há um arrumador à porta, raça excomungada que abomino, e ainda tenho de largar um euro. Mesmo nas barbas da Polícia. Adoro! O senhor Agente que me recebe é todo ele uma figurinha digna de comentário. Gordo, entalado na farda, pança de fora, botões na iminência de me vazarem um vista se saltassem. Bigodaça farfalhuda. Dentes, a bem dizer, só lhe vi dois. E nem eu abrira a boca e já ele era um chorrilho de queixas: a gente não podemos trabalhar se não nos pagam, menina! Não conte com respostas rápidas! Ora portanto, a ver se entendi: uma pessoa [não sei se era bem uma pessoa] bate-me no carro, eu evito chamar a Polícia para poupar dinheiro aos contribuintes em geral, vou por minha conta à Esquadra e ainda me dizem que é coisa para demorar e não dar em nada? Bom sabê, gentji! Deixo-vos apenas com o relato final do episódio para terdes uma ideia. Depois de conseguir desencantar uma caneta que escrevesse, de preencher as papeladas, de ter feito um desenho que atesta o que sempre se suspeitou: que tenho um talento para as Artes equiparável ao de um feto de quatro meses, de ter preenchido novamente mais papeladas, de ter ensinado o senhor a procurar uns sites na net, diz-me então ele: «Lá para quarta ou quinta-feira passe a apanhar a documentação.» E como eu tenha dito, feita papalva, inocentinha da vida: «Depois de amanhã ou assim?», aniquila-me com o seu ar de espanto e esta sentença: «Olha, esta menina! Tem graça, a menina! Quarta ou quinta da próxima semana, claro! E upa upa! Já é depressa de mais que a gente se não nos pagam não podemos trabalhar!» Toma lá do que é bom para a tosse!
Depois de ter levado com a (falta de) educação de uma senhora criada pelos Hunos e com zero noção de responsabilidade social, da tal dita criatura ter insinuado que sou "dahhh" [e sou, porque se não fosse tinha-lhe pregado com a porta do meu carro com uma certa delicadeza para ver se gostava do tratamento], de uns espirros intermináveis e uma dor de cabeça mortal, de ter lidado com um senhor agente solícito que só ele, terminei o dia confusa e sem saber se mais almolgado estava o carro ou a minha auto-estima. Fora de brincadeiras: deprimi! Nós temos o país que merecemos, tenho dito frequentemente. E acredito mesmo que sim. O país somos nós, as pessoas. Como podemos exigir que quem nos dirige esteja à altura quando nos comportamos desta maneira? E por outro lado, como podem eles exigir que nos comportemos correctamente quando o exemplo vem de cima e o exemplo é, a bem dizer, uma canalhice pegada? Que país é este, Deus do Céu!?
 
 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Levei uma panada, comi e... não me calei!

Cara Senhora que achou por bem brincar ao toca e foge com o Maria Mobile:

Ignoro - por enquanto - o seu nome, mas sei que usa óculos, a cor, a marca e a matrícula do carro que conduz. O mesmo carro com que "deu às de vila Diogo" depois de me ter dado um toquezito carinhoso. Não lhe levo a mal a desatenção, repare. De todo! Chovia, a visibilidade era um nadinha mais reduzida do que o habitual, o dia estava a terminar, deduzo que estivesse cansada. Mas a verdade é que eu estava, na paz de Cristo a ser torturada pelo Bublé que passava na rádio, parada à entrada da rotunda, a aguardar serenamente a minha vez para prosseguir em segurança. Eis senão quando sinto um solavanco no carro, já que V. Exa., apressadinha, resolvera bater no meu para-choques traseiro. Repito: não lho levo a mal! Dia de derby... certamente teria um bem apessoado esposo, fanático do esférico, à espera dos aperitivos, no remanso do vosso lar. Eu é que não contava que, em saíndo para resolvermos este piqueno "qui pro quo", a senhora fosse dar à fuga - literalmente! - e [aqui reside, verdadeiramente, o busilis da questão!] passar por mim fazendo um gesto dando a entender que sou cega, dahhh, ou ambas. Ora, se há coisa que me apraz fazer amiúde é reclamar! Não obstante, qualquer pessoa que comigo prive facilmente a elucidará: falta de educação é coisa que não me assiste. Já vê a senhora que, dada a sua reação, não podia eu ficar se não apanhadinha dos nervos. Queira pois saber que tem em mim uma espécie de fã para a vida! Tenciono encontrar V. Exa. o quanto antes para lhe dizer de viva voz que é, no mínimo, um orgulho para este país, um exemplo de moral e dignidade para a sociedade em geral e (no caso de os ter) para os seus filhos em particular, uma cidadã exemplar. Gostaria apenas de a relembrar do seguinte: não prestar assistência em caso de acidente é considerado crime em Portugal. Pior ainda ainda se formos os causadores e nos pusermos ao fresco. Just saying...! Eu estou bem, graças a Deus e à quólidade do bólide (beijinho grande meu lindo popó), não perca o sono a pensar nisso! Ansiosa. Um nadinha ansiosa pela oportunidade de lhe dizer ao vivo e a cores que a responsabilidade civil é um conceito tão lindo.
 

 Com os melhores cumprimentos,  

 Maria, também conhecida por ser um nadinha tinhosa quando se trata de injustiças.  

 

Nota: num próximo post, quando me recompuser do caricato da situação, narro-vos a odisseia da apresentação da queixa e a aventura que é embrenhar-nos nos meandros de uma esquadra portuguesa.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Em modo downhill: literalmente! - fui pela ribanceira abaixo e espatifei-me já no final!

 
 
 
AVISO À NAVEGAÇÃO
 
Se calhardes de avistar uma alminha nestes preparos, "saíde" da frente! A pessoa em causa não tem noção aboslutamente nenhuma do que está a fazer, provavelmente está sem travões, com os óculos embaciados e leva tudo à frente porque a técnica esmerada de sua excelência roça o zerinho. No entando, se apurardes os ouvidinhos, à sua passagem, sois capazes de ouvir umas gargalhadas sonoras de pura alegria!
 
 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Dicionarizar #3

Gente: não se diz «Eu namoro COM a Maria.» [Queríeis!]
Diz-se: «Eu namoro A Maria.» Se namorarem com a Maria, o Manel, a Engrácia ou o Pancrácio quer dizer que namoram a Joaquina e levam a Maria, o Manel, a Engrácia e o Pancrácio a fazer de vela, entendeis? Basta pôr essas cabecinhas lindas a pensar um pouco para perceber que faz muito mais sentido e é muito mais romântico: namorar alguém, enamorar essa pessoa... Esmerai-vos, fazendo favor. Hoje e todos os dias, que isto do Dia de São Valentim é coisa para dar trabalho 24h por dia, 365 dias por ano.