Sobre a questão do Tordo ter emigrado, do Passos aconselhar os jovens (e os menos jovens) a saírem do país para procurar oportunidades e outras quezílias que tais apetece-me dizer N coisas. Mas para já para já a única coisa que me faz sentido é: a falta de oportunidades cria problemas económicos e financeiros às famílias, é verdade. Mas cria também um problema que levaremos muito tempo a ultrapassar: o desânimo generalizado e a falta de esperança. O desespero! Que se entranha, que amesquinha e que apequena. Para além disso apetece-me ainda relembrar que, independentemente do meu respeito e apreço pelas artes e pelos artistas, há dias em que tenho a perfeita noção de que um país como o nosso, onde a cultura é (des)tratada como sabemos, são pessoas como os meus pais quem de facto produz alguma coisa. Pessoas que trabalharam toda a vida, desde crianças, que madrugam, que só há pouco tempo começaram a fazer férias, que põem efectivamente comida na mesa com o suor do seu esforço. E pessoas assim, que lutaram para que pessoas como eu pudessem ter outras oportunidades, merecem um tratamento melhor do que aquele que os espera. Do que aquele que já começam a ter. E pronto, por agora era só isto.
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