segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Levei uma panada, comi e... não me calei!

Cara Senhora que achou por bem brincar ao toca e foge com o Maria Mobile:

Ignoro - por enquanto - o seu nome, mas sei que usa óculos, a cor, a marca e a matrícula do carro que conduz. O mesmo carro com que "deu às de vila Diogo" depois de me ter dado um toquezito carinhoso. Não lhe levo a mal a desatenção, repare. De todo! Chovia, a visibilidade era um nadinha mais reduzida do que o habitual, o dia estava a terminar, deduzo que estivesse cansada. Mas a verdade é que eu estava, na paz de Cristo a ser torturada pelo Bublé que passava na rádio, parada à entrada da rotunda, a aguardar serenamente a minha vez para prosseguir em segurança. Eis senão quando sinto um solavanco no carro, já que V. Exa., apressadinha, resolvera bater no meu para-choques traseiro. Repito: não lho levo a mal! Dia de derby... certamente teria um bem apessoado esposo, fanático do esférico, à espera dos aperitivos, no remanso do vosso lar. Eu é que não contava que, em saíndo para resolvermos este piqueno "qui pro quo", a senhora fosse dar à fuga - literalmente! - e [aqui reside, verdadeiramente, o busilis da questão!] passar por mim fazendo um gesto dando a entender que sou cega, dahhh, ou ambas. Ora, se há coisa que me apraz fazer amiúde é reclamar! Não obstante, qualquer pessoa que comigo prive facilmente a elucidará: falta de educação é coisa que não me assiste. Já vê a senhora que, dada a sua reação, não podia eu ficar se não apanhadinha dos nervos. Queira pois saber que tem em mim uma espécie de fã para a vida! Tenciono encontrar V. Exa. o quanto antes para lhe dizer de viva voz que é, no mínimo, um orgulho para este país, um exemplo de moral e dignidade para a sociedade em geral e (no caso de os ter) para os seus filhos em particular, uma cidadã exemplar. Gostaria apenas de a relembrar do seguinte: não prestar assistência em caso de acidente é considerado crime em Portugal. Pior ainda ainda se formos os causadores e nos pusermos ao fresco. Just saying...! Eu estou bem, graças a Deus e à quólidade do bólide (beijinho grande meu lindo popó), não perca o sono a pensar nisso! Ansiosa. Um nadinha ansiosa pela oportunidade de lhe dizer ao vivo e a cores que a responsabilidade civil é um conceito tão lindo.
 

 Com os melhores cumprimentos,  

 Maria, também conhecida por ser um nadinha tinhosa quando se trata de injustiças.  

 

Nota: num próximo post, quando me recompuser do caricato da situação, narro-vos a odisseia da apresentação da queixa e a aventura que é embrenhar-nos nos meandros de uma esquadra portuguesa.

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