terça-feira, 28 de maio de 2013

Bipolaridades.

Eu não gosto de mar. Prefiro montanha. Eu não gosto de música. Prefiro silêncio. Eu não gosto de sol. Prefiro vento. Achava eu que não gostava. Porque agora não há nada que me deixe mais bem disposta do que o sol a reflectir na água, músicas tipicamente portuguesas e afadistadas enquanto espero que me passem chamadas, crianças a correr e a soltar guinchinhos de alegria, o cheiro a maresia e o tumulto da multidão. Dizem que mudamos de gosto (diz a minha mãe referindo-se a comida) de sete em sete anos. Eu acho que nos vamos adaptando, vamos reorientando a bússola à medida das circunstâncias. Não sei se não chegará o dia em que diga à boca cheia que para estar bem é na praia. E quê? Não sou pessoa de conviccções vincadas. Sou pessoa ávida de aprendizagem e de vivências, e acredito, sei aliás, que o que hoje é preto amanhã pode ser cinzento. Nem que seja por força do uso e do desgaste.

Sem comentários: