Estou aqui numa consumição atroz. Por um lado, esta espelunca serve-me para que as pessoas que têm a delicadeza de se preocupar comigo e de querer saber o que vou fazendo ou desfazendo (sou tipo o Midas mas em mau, não vos esqueçais) se manterem minimamente informadas. Por outro, eu gosto mesmo é de falar mal e de achincalhar. Não vos iludais: eu falo mal de toda a gente, mesmo das pessoas de quem gosto; o que muda é a intensidade e a intenção com que o faço, claro. Ora, pensando aqui com os meus botõezitos cheguei à conclusão que, sabendo vós o caminho para este antro da perdição, a coisa deixa de ter piada. Já vejo o F., sarcasmo em forma de gente, a pronunciar-se sobre a minha soberba e, obviamente, a ter de engolir a constatação quando comprova a cada frase que a coisa não é para quem quer, é para quem pode. A J., todas as manhãs, com pontualidade e rigor, a verificar se já me desabou um piano na mona. A D., verrinosa, a agoirar-me porque "dá Deus nozes a quem não tem dentes" e devia levar as letras mais a sério. A B., ponderada e acutilante, a pensar no melhor comment e no mais assertivo. A V. a rir-se a bandeiras despregadas porque sempre gostou de uma boa patetice, mesmo sem piada, como as minhas. A S., pink toda ela, a achar que volta e meia acerto uma e que nem se lhe dava de me ter mais perto mais vezes. A S., atarefada entre casa, trabalho, aulas, bikes e arrozais, a cherviscar quando se lembra que existo ou fico mais dias sem a encontrar no chat. A F. a descobrir outro lado de mim, que eu não sou só lamúrias e seriedade. O S., em quem descobri um humor do mais refinado, a deitar o olho quando a pesquisa e a vida laboratorial lho permitem. A R., quando tem tempo e se alembra, a dar cá uma saltada, enfastiada, que ela não é nada de mensagens e gosta mesmo é de ligar. A CM., essa flor delicada, a pensar «ai filha, para o que te havia de dar. Estavas bem era a plantar morangos para fazermos uma tarte.» O LV do meu coração a querer matar saudades de casa pelos meus olhos, logo agora que também eu sou uma exilada. A P., mas não tenho a certeza que se confirme a suspeita (sim, F. se é suspeita não posso ter a certeza confirmada, claro), a lavar as vistas, entre uma dobradela e outra.
Posto isto, concluo que: ando iludida porque de certezinha que nem metade dos acima citados por aqui passam. Segundo, tem um piadão saber quem está do outro lado, mas também tem graça escrever só porque sim. Portanto, fazendo favor, fingide-vos de anónimos ou começo a ficar tímida e vou para outras bandas ver se a praia por lá é boa.
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