Volta e meia os meus dias ganham outro colorido pela mão de pessoas que nem conheço e que acham por bem partilhar comigo as suas divinais teorias.
«Eu esitve a pensar, menina, e olhe que para os fogos começarem a horas tão impróprias, aquilo só pode ser obra dos terroristas. Que eles estão em todo o lado, não é só na América!» Como diz a D. a questão das horas impróprias deve-se, certamente, ao jet-lag.
«Porque eles estão sempre a dizer na Televisão que aquilo é obra de pessoas que são doentes mentais. Ora, não hão-de ser todos doentes mentais. Eu cá não sou. A menina também não é, pois não?» Quanto a ele não sei, mas no que me diz respeito ainda está por confirmar e aguardo o resultado dos exames médicos.
«Eu até disse ao Senhor Comandante dos Bombeiros: vocês não têm mais remédio que não pegar nos carros, nos camiões e irem os Bombeiros todos deste país, manifestar-se para a frente da Assembleia da República! Mas o Senhor Comandante disse-me que nesta altura, com tanto para fazer, não se podem pôr com essas coisas. E as pessoas, das aldeias e assim, até podem levar a mal não, é?»
Como dizia a minha avozinha: cada cabeça sua sentença. Eu tenho para mim que este senhor a comandar os destinos do país durante um par de dias era coisa para não resolver nada, mas que animava a malta garanto que animava. Só eu e Deus é que sabemos a dor que se me pôs no externo ao tentar controlar as gargalhadas sonoras que a conversa do senhor me merecia.
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